Em mais uma ação promovida pelo setor de Psicologia, com o apoio do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) do Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, referente ao Setembro Amarelo, mês da campanha de prevenção do suicídio, aconteceram palestras sobre o referido tema, saúde mental e os desafios do novo normal pós-pandemia da Covid-19.
No início do encontro, realizado na última terça-feira (21), a psicóloga Edithiane Vieira, convidada para palestrar na unidade, abordou em sua exposição “Setembro Amarelo -Desmitificando mitos e identificando os sinais de alerta do suicídio”. A palestrante informou que a campanha do Setembro Amarelo chegou ao Brasil em 2015, visando conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar seu acontecimento.
De acordo com Edithiane Vieira “é preciso atentar para alguns sinais, por exemplo, nas falas das pessoas que demonstrem desespero, também nas reações de desamparo como indicação de abandono, desesperança e depressão, essa combinação de fatores pode evidenciar um quadro emocional de tendência suicida”.
“Outros sinais podem ser observados, como manifestações verbais que expressam ideação suicida, também a mudança de comportamento demonstrada por isolamento social, conversas em tom de despedidas, aumento do uso de álcool ou drogas, entre outros, além de alterações de humor e traumas emocionais por alguma situação ou condição”, complementou.
A psicóloga informou que existem fatores podem ajudar a evitar um futuro suicídio. “Autoestima elevada, bom suporte familiar, crenças religiosas, culturais ou étnicas, laços sociais estabelecidos, vida social e lazer, estar empregado, ter criança em casa, ausência de doença mental, senso de responsabilidade com a família e capacidade de solucionar problemas, estes fatores são considerados de proteção contra o suicídio”, concluiu.
A segunda palestra foi ministrada por Juliana Campos, psicóloga do HRCC, que abordou o tema “A nossa saúde mental e o novo normal: sofrimentos, reflexões e desafios”. Na ocasião, foram apresentadas reflexões da atual pandemia, em termos de desconstrução de sociedade e de existências singulares dos sujeitos.
Para Juliana Campos a experiência de emergência sanitária imposta pela pandemia da Covid-19 refletiu nas áreas social, econômica, ecológica, política e cultural. “Isso aprofundou as desigualdades e aumentou as precariedades. Esse impacto na sociedade gera sofrimentos como desalento, desamparo, entre outros”, disse.
“A pandemia tem um efeito marcadamente traumático para todos, mas com impacto diferente entre cada indivíduo e sua forma e condição de enfrentar a situação. Por característica biológica o coronavírus é democrático, mas na questão socioeconômica impôs diferenças. Temos o desafio da construção concreta de um novo normal, mas advertidos que o antigo normal não mais nos representa efetivamente”, concluiu a psicóloga.