O Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, conseguiu realizar a terceira captação de múltiplos órgãos, em 2022, no último sábado, dia 21. Este procedimento, mais uma vez, envolveu profissionais das equipes do Centro Cirúrgico e Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) da unidade hospitalar, Organização de Procura de Órgãos (OPO – Sul) e Central Estadual de Transplantes (CET) da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
A enfermeira Naama Ramos e Silva, integrante do CIHDOTT do HRCC, disse que com sim da família do doador, foi possível realizar mais uma captação de múltiplos órgãos e córneas para salvar vidas de pacientes que aguardam na fila de transplante. “Agradeço a compreensão dos familiares diante da conscientização sobre a doação, isso é um dos fatores determinantes para ela aconteça. Esse é um ato de consciência e amor ao próximo. Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio desse gesto”, destacou.
De acordo com a enfermeira, a sensibilização para a doação de órgãos passa por um importante e fundamental diálogo entre a profissionais do Serviço Social, Psicologia e CIHDOTT com a família do potencial doador. “É um momento delicado, no qual precisamos respeitar o luto e, ao mesmo tempo, esclarecer que esse gesto de solidariedade pode salvar a vida de outras pessoas”, salientou.
“Muitas captações que realizamos aqui só é possível devido ao trabalho de apoio realizado pelas equipes multidisciplinares, em especial do Serviço Social e Psicologia, no acolhimento humanizado e necessário às famílias enlutadas. Nessa recente abertura de protocolo para captação, agradeço a psicóloga Katiussa de Magalhães e a assistente social Fernanda Laís Hage, que fizeram um excelente acolhimento à família do doador. Também ao apoio incondicional de outros enfermeiros que contribuíram para o processo de captação”, complementou.
Apoio psicológico – De acordo com a psicóloga Katiussa de Magalhães é de fundamental importância o acolhimento e assistência psicológica à família do possível doador. “Estabelecendo esse vínculo, o objetivo é minimizar o sofrimento, preparando para aceitação gradual da morte inesperada do seu ente querido. O cuidado com a família diante de um protocolo de morte encefálica, torna-se essencial para a comunicação entre equipe e família e será fundamental no processo de doação”, explicou.
“Acolher e respeitar a dor, o sofrimento e o luto repentino do outro é vivenciar junto com a família a experiência da perda. Apoio e suporte psicológico nesse processo foram decisivos para o impacto no fortalecimento da decisão para captação de órgãos. Deixando assim a família segura desse vínculo entre o paciente-equipe e a humanização da assistência”, concluiu.